segunda-feira, 14 de junho de 2010

Humanista



Original do período Renascentista, o estilo tipográfico humanista, assim como na pintura e na música, são plenas de luzes e espaços serenos e sensoriais. Os tipos funcionam como uma espécie de simulação da caligrafia, onde os traços grossos vão no sentido nordeste/sudeste, emulando o eixo do antebraço do escritor destro.
As fontes utilizadas nesta estampa, são releituras nas fontes de Garamond. Ressaltando toda elegância e nobreza de uma fonte que permanece até hoje muito utilizada devido ao seu alto grau de legibilidade.

Fotos: Carol de Mattos

Neoclássico



O estilo Neoclássico busca inspiração no equilíbrio e na simplicidade, fruto de uma era racionalista.
A fonte utilizada nesta estampa foi a Baskerville, desenhada por John Baskerville na Inglaterra por volta de 1754. É marcada pela transição do eixo humanista(oblíquo) para um eixo racional(vertical). É uma letra de desenhos minuciosamente elaborados. Suas formas são frequentemente belas e calmas mas indiferentes à beleza mais complexa do fato orgânico.

Fotos: Carol de Mattos

Romântico



Se o período Neoclássico foi marcado pela objetividade, pelo iluminismo e pela razão, o Romantismo seria marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela emoção, pelo "eu" e pela fusão do belo e do feio, do sublime e do grotesco.
Essas características exageradas são refletidas na tipografia. No seu traço foi aplicado o mais alto grau de contraste, intensificando seu eixo racional.
Para esta estampa foi utilizada fontes baseadas nas desenhadas por Giambattista Bodoni, entre 1765 e 1813, na Itália. Os tipos Bodoni foram resultado de 250 anos de evolução no design do tipo romano: linhas finas e sutis constrastam fortemente com hastes mais pesadas.

Fotos: Carol de Mattos

Egípcio



No período da Revolução Industrial o comércio e a publicidade penetram violentamente no universo tipográfico. As letras já não podem mais ser limitadas aos tamanhos dos livros e jornais, porque agora há que imprimir anúncios, cartazes e peças publicitárias.
Os pintores de tabuletas - importante classe profissional do séc.XIX - começaram a retificar as elegantíssimas mas demasiada frágeis letras serifadas (Humanistas, Neoclássicas e Românticas), que para uma tabuleta não ofereciam boa visibilidade e muito menos facilidade de execução. As serifas são radicalmente eliminadas ou sofreram uma mudança massiva e retangular, deixando de ser um acabamento para se tornar uma laje estrutural. A sua missão é impactar, chamar a atenção do consumidor - se necessário, em altos brados!

Fotos: Carol de Mattos

Realista Humanista




Alguns designers consideravam a distorção do alfabeto grosseiro e imoral, ligada a um sistema industrial destrutivo e desumano. Em 1906, Edward Johnston reanimou a procura por um alfabeto essencial e padronizado, alertando os perigos do exagero.
Inspirado em Johnston, Eric Gill desenvolveu na Inglaterra, entre 1927 e 1930, a Gill Sans. Voltou-se para o Renascimento em busca de letras puras e não corrompidas adaptando-as aos meios de produção moderno. É uma fonte que combina a destreza do gravador de letras com a fineza do desenho de letras caligráficas. Mesmo tendo forte influência humanista, sua estrutura possui formas geométricas explícitas, com isso é tida como realista.

Fo
tos: Carol de Mattos

Geométrico



Mesmo não sendo associado com a Bauhaus, Paul Renner se baseou em formas geométricas básicas para desenvolver a Futura, entre 1924-1926, e lançada pela fundição Bauer de Frankfurt em 1927.
Foi a primeira e permanece sendo a melhor de todas fontes geométricas, devido às suas proporções harmoniosas e rítmicas, fazendo com que se torne adequada à composição de textos extensos. Mesmo rejeitando o movimento ativo da caligrafia em favor de formas mais tranquilizadoras e abstratas, Paul Renner temperou a geometria da Futura com variações sutis em seus traços, curvas e proporções, encarnando as obsessões da vanguarda em uma fonte multifuncional e comercial.

Fotos: Carol de Mattos

Neo Grotesco



O estilo Grotesco se caracteriza por desenhos volumosos e pouco refinados e contrastes de espessura bem definidos. As NeoGrotescas possuem sutis diferenças. Seus desenhos são mais projetados, tendo uma minimização dos contrastes entre variação de espessura para tornar as fontes mais elegantes. A Helvetica é tida como NeoGrotesca por ser uma releitura da antiga fonte Akzidenz Grotesk.
Desde os anos 60, a Helvetica vem sendo uma das fontes mais utilizadas do mundo. Além de ser uma letra bastante funcional e modular, sua falta de personalidade nacional e regional fez com que sua aplicação tivesse sucesso em qualquer ambiente cultural.

Fotos: Carol de Mattos